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janeiro 28, 2025

Tudo Que Imaginamos Como Luz (2024)

 


Título original: പ്രഭയായ് നിനച്ചതെല്ലാം
Direção: Payal Kapadia
Sinopse: Em Mumbai, a rotina da enfermeira Prabha se transforma quando ela recebe um presente inesperado do ex-marido. Sua colega de quarto, a jovem Anu, tenta em vão encontrar um lugar na cidade onde possa ter alguma intimidade com o namorado. Uma viagem ao litoral permite que eles encontrem um espaço para que seus desejos se manifestem.


Tudo Que Imaginamos Como Luz (All We Imagine As Light, 2024), dirigido por Payal Kapadia, é uma obra que, apesar de suas intenções artísticas, falha em entregar uma narrativa coesa e envolvente. O filme acompanha a vida de três mulheres em Mumbai: Prabha (Kani Kusruti), uma enfermeira que lida com as cicatrizes de um casamento fracassado; Anu (Divya Prabha), sua colega de quarto mais jovem, envolvida em um relacionamento secreto; e Parvaty (Chhaya Kadam), uma cozinheira ameaçada de despejo devido à gentrificação. Embora essas premissas ofereçam potencial para um drama profundo, a execução deixa a desejar.

A narrativa é desconjuntada, movendo-se de um ponto a outro sem uma direção clara. As transições entre as histórias das protagonistas são abruptas, e o enredo parece se perder em subtramas que não contribuem para o desenvolvimento geral. Essa falta de coesão resulta em uma experiência frustrante, onde o espectador é levado de um lado para o outro sem um propósito definido.

Um dos principais problemas do filme é a incapacidade de criar empatia pelas personagens. Embora as atrizes entreguem atuações verossímeis e competentes, os roteiros de suas personagens são superficiais, carecendo de profundidade emocional. As motivações e os conflitos internos das protagonistas não são explorados de maneira satisfatória, tornando difícil para o público se conectar com suas jornadas.

No terceiro ato, após uma viagem ao litoral, o filme sofre uma mudança tonal drástica. A narrativa, que até então seguia uma linha relativamente linear, mergulha em sequências abstratas e simbólicas que carecem de contexto ou explicação. Essa virada inesperada desorienta o espectador e adiciona uma camada de confusão a uma história já fragmentada.

A cinematografia busca retratar a realidade de Mumbai, mas o resultado é visualmente desagradável. As locações escolhidas enfatizam a desordem e o caos típicos da cidade, apresentando ambientes sujos e desorganizados que são difíceis de assistir. Embora a intenção possa ter sido mostrar a autenticidade da vida urbana indiana, a execução resulta em uma estética que repele em vez de atrair.

Um elemento particularmente desconcertante é o presente que Prabha recebe de seu ex-marido: uma máquina de fazer arroz. O objeto é introduzido na trama sem contexto claro e não recebe uma conclusão satisfatória. A obsessão de Anu com o aparelho, chegando a colocá-lo entre as pernas em uma cena que sugere uma simulação sexual, é especialmente perturbadora e carece de explicação dentro da narrativa.

Em última análise, Tudo Que Imaginamos Como Luz é uma experiência cinematográfica enfadonha e tediosa. Apesar das performances competentes do elenco, a falta de coesão narrativa, personagens pouco desenvolvidos e escolhas estéticas questionáveis tornam o filme difícil de assistir. O potencial para uma exploração profunda das vidas das mulheres em Mumbai é ofuscado por uma execução que falha em engajar e satisfazer o público.

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