Longlegs: Vínculo Mortal é um daqueles filmes que, infelizmente, exemplificam o lado mais arrastado e desinspirado do cinema de terror. Dirigido por Osgood Perkins, o longa tenta explorar uma atmosfera de tensão psicológica, mas o resultado é uma experiência profundamente frustrante e monótona. A premissa gira em torno de uma série de assassinatos ritualísticos, conectados a uma figura demoníaca, "Longlegs", interpretada por Nicolas Cage. Infelizmente, apesar do potencial que a ideia poderia ter, o filme falha em praticamente todos os aspectos.
A direção de Perkins é desastrosa, algo que já era esperado, considerando seus trabalhos anteriores. Filho do lendário Anthony Perkins, famoso por sua atuação em "Psicose", Osgood mostra que herdou o talento limitado do pai para a direção (Anthony foi o diretor de coisas pavorosas, como Psicose III). Ele tenta criar um ambiente de horror e mistério, mas acaba entregando um filme extremamente lento, sem ritmo e com personagens mal desenvolvidos. Cada cena parece arrastada, e a falta de profundidade emocional ou narrativas interessantes torna a experiência cansativa. Não há suspense ou surpresas — apenas uma sucessão interminável de clichês de possessão demoníaca e assassinatos rituais que já vimos tantas vezes antes.
Nicolas Cage, que é conhecido por seus papéis excêntricos e performances exageradas, está mais ridículo do que nunca. Seu personagem, "Longlegs", é uma mistura de grotesco e cômico, mas de forma involuntária. Em vez de amedrontar, ele provoca risadas pelo exagero das suas expressões e gestos. Cage, que já brilhou em papéis insanos como em Mandy (2018), aqui parece estar em uma caricatura de si mesmo, incapaz de transmitir qualquer sensação de terror ou desconforto. O público pode até se perguntar como alguém poderia achar sua presença no filme perturbadora — ela beira o cômico.
A protagonista, vivida por Maika Monroe, é outra decepção. Conhecida por seu trabalho no elogiado Corrente do Mal (2014), Monroe parece estar completamente apática em Longlegs. A culpa, em grande parte, recai sobre o roteiro, que exige uma performance quase sem emoção. No entanto, isso resulta em uma atuação incrivelmente plana, que mais parece uma "porta" no lugar de uma atriz real. Sua personagem, a agente do FBI Lee Harker, é unidimensional, e sua trajetória previsível não oferece qualquer envolvimento emocional com o público.
O filme tenta, em vão, construir uma atmosfera de mistério com a presença do sobrenatural e elementos de possessão, mas tudo se desenrola de forma tão banal que não há espaço para surpresas. O clímax, que deveria ser o ponto alto da narrativa, é ridiculamente previsível. O filme segue exatamente os mesmos caminhos que dezenas de outras produções de terror, resultando em um desfecho que qualquer espectador atento poderia prever desde os primeiros minutos.
Outro problema evidente é a estética visual e narrativa associada à A24, estúdio que, por mais que tenha fãs devotos, também tem sua parcela de críticos. No caso de Longlegs, a assinatura da A24 parece ser uma garantia de que o filme será mais uma tentativa de parecer profundo e artístico, mas que, na prática, é apenas vazio e pretensioso. Quando o nome do estúdio aparece nos créditos, já podemos nos preparar para uma experiência de terror cansativa e sem graça.
Em termos técnicos, a cinematografia do filme, feita por Andrés Arochi, tenta criar um clima sombrio, com enquadramentos distorcidos e sombrios, evocando referências de Zodíaco e O Silêncio dos Inocentes. Mas, infelizmente, mesmo essa tentativa de criar uma estética "artística" acaba ficando soterrada por um roteiro superficial e uma direção sem rumo.
Em resumo, Longlegs é uma decepção completa. Arrastado, mal dirigido e recheado de atuações medíocres, o filme falha em todos os aspectos. A performance exagerada e risível de Nicolas Cage, combinada com uma narrativa previsível e sem originalidade, tornam essa experiência de terror uma das mais esquecíveis dos últimos anos. Se você busca um filme que realmente assuste ou surpreenda, esse com certeza não é o caso.
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