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fevereiro 03, 2006

Edison: Poder e Corrupção (2005)


Título original: Edison
Direção: David J. Burke
Sinopse: Na promissora cidade de Edison, o ambicioso repórter investigativo em início de carreira Josh Pollack descobre fraudes na maior unidade de polícia da região. Enfrentando a resistência de seu editor Moses Ashford, ele acaba demitido por tocar no ponto nevrálgico que é a corrupção dentro do sistema de combate ao tráfico de drogas. Sem ter como sustentar a história, Pollack precisa se aliar ao promotor local Wallace, que aceita aprofundar essa investigação.


O que mais chama a atenção em Edison? "Nossa, quantos atores de renome!" Exatamente. Vemos Morgan Freeman e um cabeludo Kevin Spacey. E... Justin Timberlake. É, o ex-NSync é o principal personagem desse longa, ao lado de LL Cool J. Tudo de mais bizarro está aqui. Conta até com a participação de um (dos milhares) representante da família Wayans (de As Branquelas – sem comentários).

         Sabe-se lá o que o péssimo diretor David J. Burke tinha em suas mãos para ameaçar Freeman e um ridículo Kevin Spacey, e os convencer a participar dessa abominável produção. Tudo em Edison é de mau gosto: lutas absurdas, centenas de tiros sendo disparados na cara dos personagens sem que ninguém (importante) seja atingido, ou assassinatos graficamente violentos sem necessidade.

         A cidade fictícia de Edison (apesar de obviamente filmado em Vancouver, em nenhum momento isso é escondido do público) era uma cidade onde a violência imperava. Atualmente, a violência fica por conta da polícia extremamente corrompida da problemática cidade. É por causa de um desses casos de corrupção que o jornalista de um pequeno periódico, Pollack (Timberlake), começa a farejar que algo de errado está acontecendo. Enfim, isso só serve para nos mostrar muito sangue e um herói patético vivido pelo ex-boy band. O mais impressionante é que Timberlake nem estão TÃO mal assim como era de se esperar. Sua parca atuação é culpa de um roteiro sem pé nem cabeça (escrito pelo mesmo Burke), e isso afeta não só ele mas até mesmo os veteranos e consagrados atores.

         Morgan Freeman é Ashford, o diretor do jornal onde o entusiasmado (e imbecil) Pollack trabalha. Freeman nada mais faz do que beber e dar uns gritos em todo o tempo de projeção. E Kevin Spacey... o que falar? A peruca pavorosa que ele usa chama mais atenção do que qualquer uma das poucas coisas que pronuncia ao longo de 97 minutos de pura bobagem.

         Burke usa alguns aspectos de filmagem que são nulos em estilo e elegância. Planos simplesmente pavorosos, como a insistência em focar dois personagens distantes um do outro em uma imagem só: um Spacey sempre de perfil a la Rede Globo, ou seja, uma cara gigante que preenche metade da tela e um Freeman perdido no fundo da cena. Totalmente deselegante e, como já mencionado, desnecessário, é a frequente aula de anatomia que o diretor nos proporciona com cérebros explodindo por todos os lugares.

         Certamente tudo deveria ser relevado se Edison fosse feito para ser uma comédia. Mas não serve nem para isso. Em alguns momentos chegamos a rir do que acontece na tela. E isso, sinceramente, não é um bom sinal. Vemos o esforço dos atores em demonstrar serviço independentemente da horrorosa direção (e até de Justin Timberlake, acreditem!), mas tudo é feito em vão. Principalmente a ida ao cinema para ver essa bomba.

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