Longe de se parecer com qualquer uma das
novas produções da Disney, Bambi 2: O
Grande Príncipe da Floresta segue a fórmula de sucesso dos antigos sucessos
do estúdio. É com gosto que fui ao cinema ver um filme em animação tradicional,
um entre muitos blockbusters de
computação gráfica que tomam conta dos cinemas nos últimos anos.
Certo, mesmo que todos saibam que as
animações clássicas tradicionais da Disney sempre funcionaram, a mesma Disney é
conhecida por ser péssima em produzir uma continuação de qualquer filme de
forma "decente". São exemplos os decepcionantes O Rei Leão 2: O Reino de Simba ou Toy Story 2. O que dizer sobre uma continuação de um filme lançado
originalmente há 64 anos atrás?
Tinha tudo pra dar errado. Tudo mesmo. Mas Bambi 2 é um acerto. A história do veadinho que perde a mãe atinge todas as faixas etárias, desde pessoas com quase 80 anos que eram crianças à época do lançamento até os mais jovens, como eu, que viram o filme nos cinemas em um de seus diversos relançamentos, ou em DVD (recentemente lançado em edição dupla especial pela Buena Vista).
Assim como o longa anterior, Bambi 2 não tem uma história em si. É
menos trágico, claro, afinal, se mais alguém morresse, com certeza o personagem
Bambi seria o personagem de animação mais dramático da história do Cinema. Bambi 2 é um filme singelo, que vale
mais a pena para revermos os personagens tão queridos do passado antes de
querermos analisá-lo como um filme sozinho, com uma história plausível e
interessante.
O pai de Bambi, o Grande Príncipe, tenta
achar uma nova ‘mãe’ para Bambi, visto que ele tem muitos afazeres em suas
fiscalizações na floresta e não tem tempo para cuidar de seu filho. E a historinha
é somente sobre as artes que Bambi e seus amigos (os cativantes Tambor e Flor,
em especial) fazem durante esse tempo. E, obviamente que o pai de Bambi começa
a se afeiçoar ao filho. Algumas cenas de ação, do pavor causado pelo Homem
(certamente um dos maiores inimigos do Cinema, eleito até mesmo pelo American
Film Institute como tal) que nunca aparece na tela, mas sempre ameaça a paz na
floresta, não são tão marcantes quanto no longa de 1942, mas mesmo assim são
funcionais.
Com algumas canções bem agradáveis, Bambi 2 certamente é mais do que o esperado para uma continuação da Disney. Uma exceção à regra que toda continuação é ruim e deve ser desprezada. Em cada fotograma podemos ver o carinho e a essência colocados no filme, os mesmos conceitos que Walt Disney fez questão de colocar no Bambi original. Essa continuação demorou quatro anos para ficar pronta e, certamente, a espera valeu a pena.
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