Wolf Creek: Viagem ao Inferno parece (mas não é) um novo O Massacre da Serra Elétrica. Bem inferior ao filme americano, esse longa australiano não traz nada de novo ao espectador. São somente as mesmas cenas de terror que já conhecemos. Esse filme parece uma coletânea de cenas de filmes já feitos anteriormente, desde o próprio Massacre, passando por Jogos Mortais ou qualquer outro filme do gênero que você conseguir imaginar.
Prova de que é mais do mesmo: um grupo de jovens (clichê #1) vão de carro, sozinhos (clichê #2) para um lugar isolado do mundo, no interior (clichê #3) para conhecer a famosa cratera que dá nome ao filme, mas lá o carro apresenta problemas e deixa de funcionar (clichê #4). Aparece então, no meio da noite, um homem que parece bonzinho e está os ajudando (clichê #5), mas que, no final das contas, é um maníaco que quer matar a todos (clichê #6).
Esse conto de seis medíocres clichês pelo menos se mantém. Não é uma desgraça completa pois seu roteiro é até bem amarrado e realmente proporciona cenas que assustam o espectador desavisado. É bem aquele tipo de ‘sei o que vai acontecer, mas mesmo assim me assusto’. Bem, isso é ponto positivo para Wolf Creek, já que vemos por aí uma quantidade imensa de filmes de terror que não conseguem dar o menor susto (vide o pavoroso Escuridão).
Chama a atenção também o fato de que Wolf Creek se difere da maioria dos filmes de terror em um ponto: a apresentação dos personagens, parte mais que obrigatória em qualquer longa de terror com adolescentes, é bem extensa. E também o número de pessoas. Aqui são só três (duas meninas e um rapaz) que irão confrontar o serial killer, e não uma gangue enorme (como, por exemplo, em A Casa de Cera), o que limita o desenvolvimento do já manjado estereótipo desse tipo de fita. Ao ‘perder tempo’ traçando a personalidade de cada um, conseguimos ver, em nossas mentes, praticamente o futuro de cada um ao término da hora e meia de tortura nas mãos do psicopata Mick Taylor (John Jarratt, que não apresenta nada de mais). Mas aí é que está o engano. E, por consequência, o primeiro não clichê de Wolf Creek, e, talvez, sua maior virtude. O que pensamos está errado.
É no terceiro ato que nos damos conta que o filme está tomando um rumo diferente do que imaginávamos, e o interesse do público aumenta à medida que o final se aproxima. Mas o timing está um pouco fora de lugar e esse pseudo-plot twist não funciona da maneira como deveria ser. Mas é o suficiente para fazer de Wolf Creek uma total perda de tempo uma experiência ao menos... satisfatória.
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