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setembro 16, 2005

Impulsividade (2005)

 


Título original: Thumbsucker
Direção: Mike Mills
Sinopse: Justin Cobb (Lou Taylor Pucci) seria um adolescente comum se não fosse o fato de que nunca conseguiu parar de chupar o dedo. Aos 17 anos, após ter tentado de tudo para se livrar do vício, ele finalmente resolve o problema através da hipnose feita pelo seu dentista, que tem ambições a psicólogo. O verdadeiro problema, porém, está apenas começando. Justin continua compensando suas frustrações pela boca, consumindo todo e qualquer tipo de droga, de maconha a remédios antidepressivos. Filho de pais que nunca saíram da adolescência, ele vai ter de aprender a crescer sozinho, nem que seja à força.


Essa infrutífera tentativa de fazer uma análise psicológica aprofundada da mente de um adolescente com problemas, tanto psicológicos quanto familiares, só não se torna um desastre total devido a dois pontos: todo o longa é escorado na irretocável interpretação do personagem principal por Lou Taylor Pucci e também pela trilha sonora, boa demais para esse tipo de produção.

É o tipinho de filme ‘quero-ser-cult’, tipinho que faz sucesso em festivais (como de fato passou na 29ª Mostra Internacional de São Paulo), conta com um elenco invejável: Tilda Swinton (As Crônicas de Nárnia, Constantine) faz a mãe de Justin (Pucci). O pai, Vincent D’Onofrio (Ed Wood, A Cela). Conta ainda com as participações, em papéis pequenos, de Keanu Reeves (Matrix, Alguém Tem Que Ceder) e Vince Vaughn (Penetras Bons de Bico, Psicose). Esse último, ridículo, por sinal, como em quase todos os filmes que participou até hoje.

Permeado com algumas cenas bizarras de sonhos de Justin, vemos sua trajetória desde adolescente problema até atingir o clímax com o que ele queria, porém, de maneiras ‘artificiais’. Impulsividade ainda tenta ser moralista em ter um final daqueles ‘felizes’, porém politicamente corretos, o que não seria o mais adequado para a história um tanto quanto dramática demais do adolescente Justin.

Temos a impressão de que ‘já vimos esse filme antes’, e, de fato, vimos mesmo. Várias vezes. Nada de novo é apresentado aqui, somente a compulsão do garoto em chupar o dedo (!) sempre que se encontra em problemas. Mas para isso existe o dentista-esotérico (!) dele (Reeves), que o ajuda através de hipnose (!). Do nada Justin deixa de ser tímido e antissocial para um grande orador, logo depois desistindo de tudo de maneira repentina e inverossímil, se entregando às drogas.

Um roteiro muito primário é a causa da derrocada dessa produção que, em mãos certas ainda teria como soar um pouquinho mais real e interessante. O estreante Mike Mills, que assina roteiro e direção, erra no tom e insiste nos mesmos clichês de outros filmes de adolescentes-problema. Até mesmo porque um pouquinho de pé no chão não faz mal a ninguém. A não ser que você acredite que um quadro cafona de lobos sob o luar seja capaz de curar uma ‘impulsividade’. Mas, salve Lou Taylor Pucci que consegue levar com firmeza seu personagem e fazer dele a única coisa complexa em toda a história. E, com isso, prender a atenção do público.

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