Esse longa nos traz duas novidades: uma boa e
outra péssima. A boa é que se trata de uma produção computadorizada europeia, e
isso acaba por nos dar uma ideia do que anda sendo feito em termos de animação
por aqueles lados. É o primeiro longa completamente digital da Alemanha. Vale
lembrar que o Brasil foi o pioneiro em termos de animação digital, tendo sua
produção começado antes mesmo do aclamado Toy
Story da Disney/Pixar. O pioneirismo da animação digital no mundo foi com Cassiopeia: O Filme, recentemente
lançado em DVD, uma animação muito simpática.
A má notícia que A Terra Encantada de Gaya nos traz diz respeito também,
infelizmente ao ‘dedo’ brasileiro nele. Mais uma vez emerge o quesito dublagem.
O Brasil é altamente reconhecido por suas dublagens profissionais e realistas. Veja
bem, eu disse PROFISSIONAIS. Essa animação foi dublada pelas pessoas que
apresentam o programa Pânico na TV,
ou seja, nem preciso explicar mais nada. Algumas vozes estão até aceitáveis,
mas em sua maioria, os diálogos não estão sincronizados com a boca dos
personagens ou até mesmo as vozes soam ridículas. Obviamente estou falando do
caso da Sabrina Sato, um ser que não tem capacidade nem para somar dois mais
dois, isso já sendo mostrado na TV e aqui, infelizmente, estraga a personagem
Alanta.
A história é bem inverossímil e agrada
bastante às crianças menores. Não é um longa que serve para adultos, como Madagascar e Os Incríveis foram nos últimos tempos. Gaya é um programa de TV e
seus personagens se veem em problemas quando são raptados junto com sua ‘fonte
de energia’ – uma pedra brilhante – por um ex-apresentador de televisão e
cientista que se tornou obcecado por audiência e, quem sabe, controlar o mundo
(ou destruir, sei lá eu – como a maioria dos vilões de animações).
À parte da história, a animação em si deixa
bastante a desejar, principalmente se formos considerar a movimentação dos
personagens e suas expressões (corporais e faciais). Mostra um desenvolvimento
de CGI ainda muito primitivo, inferior até mesmo aos feitos há mais de dez anos
pela Pixar, com o mesmo Toy Story, no
qual os personagens eram completamente "independentes". Aqui, se parecem um
pouco com marionetes.
Os clichês estão todos presentes, mas isso certamente não incomoda aos pequenos. Mas irrita um pouquinho os "mais crescidos", como eu. Com um primeiro e segundo atos extremamente arrastados, a ação se concentra quase que em sua totalidade na parte final – inclusive foi a única parte em que todas as crianças na sala onde eu estava se calaram e se concentraram no filme. Talvez funcione melhor em uma outra oportunidade, quando se puder assistir em DVD com legendas, sem ser atrapalhado pelos pavorosos "erres" caipiras de Sabrina Sato e falta de motivação dos demais dubladores.
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